sábado, 16 de julho de 2005

As Voltas que a Vida Dá

É interessante perceber o quanto a vida dá voltas e mais voltas.
Duas situações me levam a pensar assim. Dois amigos em situações distintas mas, que de certa, forma se parecem. E uma delas aconteceu neste final de semana quando ouvi de uma amiga que ela finalmente estava "curada" de um grande amor que viveu. Na verdade, um relacionamento que não fazia nada bem a ela. Um tipo de relacionamento que também já vivi e sei o quanto é difícil, desgastante e por vezes dolorido, quando perdemos o controle da situação. Fico feliz que hoje ela tenha se descoberto e está ficando cada dia mais linda e o melhor, descobriu que o amor próprio e a auto estima é que a esta deixando desta forma.
Mas o interessante foi perceber que o cara com quem ela viveu esta estória não se conforma em tê-la perdido. Hoje ele percebe que tudo poderia ter sido diferente. Ele percebe que agiu errado durante anos e que a mulher que hoje o faria um homem por inteiro, só o enxerga como um bom amigo. Aquela paixão, toda a loucura e fogo que poderia existir, ficou no passado. Ele percebeu que não é possível fazer uma pessoa esperar até que ele decida.Cansa esperar por algo que nunca vai ser resolvido. Ele tinha outras prioridades na vida e a situação vivida era cômoda ( para ele).
É interessante perceber como as pessoas lidam com a perda. Não apenas a perda material, mas a perda de um sentimento.
Perder um sentimento....
Perder alguém que poderia te fazer feliz....
Deixar a razão, a busca por bens materiais, a conquista de espaços, roubar algo tão precioso e que nem sabemos se um dia reencontraremos...
Reencontros...
Acredito em reencontros. Acredito que o destino faça das suas para dar uma segunda chance às pessoas.
Muitas vezes vivemos situações em determinadas épocas da nossa vida e deixamos passar sem que realmente percebemos o valor daquilo tudo.
Muitas vezes tomamos decisões em nossa vida que futuramente nos mostrará que não era para ser daquele jeito. E muitas vezes estas decisões são tomadas por imaturidade, orgulho, raiva ou até mesmo por medo....
Há 17 anos tomei uma decisão errada por orgulho. Tive uma segunda chance e a desperdicei novamente e hoje sei que não terei outra. Uma decisão errada que trouxe consequências que mudaram radicalmente a minha vida. Joguei fora aquele que foi o único amor da minha vida.
Exagerada? Piegas? Não.
Tenho 34 anos e amei verdadeiramente uma única vez. Não era o pai da minha filha. E hoje penso que se a minha filha fosse fruto desse amor, pelo menos eu teria um pedacinho dele aqui, perto de mim. A única lembrança que tenho é uma camisa que adoro usar, as lembranças vivas na memória, o cheiro e uma única foto, porque as outras o pai da minha filha rasgou quando as viu em um álbum da minha mãe ( que por sinal, foi no dia da nossa última briga que culminou em nossa separação).
Essa pessoa hoje está casada, ou pelo menos estava. E por coincidência, o nome da esposa é Ana Paula.Eu a conheci. Eles formam um belo casal. Mas quando o revi, foi como se eu tivesse levado um soco no estômago. Fiquei paralisada, sem ar e as pernas tremiam demais. Ele não conseguia me olhar nos olhos e sinceramente, nesse dia percebi que nossa estória ficou incompleta. Percebi que nenhum dos dois conseguiriam encarar os olhos um do outro, pois sabíamos o que cada um queria dizer.
Se essa estória fosse hoje, com certeza seria diferente. Na época eu era uma adolescente e hoje a vida me ensinou tantas coisas. Já levei tantas bordoadas. E como um amigo escreveu em um post que me inspirou novamente: se eu tivesse uma "máquina do tempo", também saberia para onde queria voltar: minutos antes de dizer adeus!
É por isso que acho que a vida nos dá oportunidades de rever certos conceitos, certas atitudes, rever o nosso modo de viver. O destino pode até colocar pessoas novamente em nosso caminho. Pessoas que foram importantes e que de uma forma ou de outra tenham sido tiradas dela. Pode ser que elas surjam não para reviver aquela antiga estória, mas para que possamos perceber onde erramos. Ou ainda, perceber a forma como estamos levando a nossa vida ou o que fizemos dela. E quem sabe, nos dar uma sacudida, nos dar coragem para tomarmos certas atitudes que protelamos em nome da razão e em detrimento dos sentimentos. Ou até mesmo em nome da acomodação.
É isso... depois de dois posts horríveis, estou voltando a pensar e escrever como sempre.

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