quarta-feira, 30 de novembro de 2005

SUPER-HERÓI

O texto de hoje não é de minha autoria e sim de um amigo muito querido.

Assim que o li pedi permissão para publicá-lo pois achei muito interessante a analogia feita por ele e, principalmente, por nos mostrar que todos podemos ser super-heróis.

Vale a pena ler este texto e refletir sobre o que está escrito.

Ler principalmente com o coração.



SUPER-HERÓI


Desde minha infância, sempre fui fascinado pelos super-heróis dos quadrinhos, principalmente o Superman, que, único sobrevivente de um planeta extinto, Krypton, estaria estava acima das vicissitudes terrenas, pois podia voar, correr em altas velocidades, enxergar através de paredes e destruir objetos por um simples olhar. Eu realmente queria ser um super-herói como esse. Ser Superman é estar, pelo menos, no andar de cima da humanidade.

Passada a infância; a admiração e o desejo não. Tomado siso de mim, me perguntava como eu poderia voar em busca de bandidos pra prender, de balas perdidas pra deter, de ver através das coisas; enfim, de como essa simbologia fictícia poderia ter alguma aplicação de verdade, enquanto o Superman ia definitivamente se fixando em mim. Isso levou as pessoas pensarem que a infância se manteve inalterada.

Percebi então que eu tinha adquirido alguns dos poderes do Superman: passava em alta velocidade e acima dos problemas dos menos afortunados, dos pedintes de rua, das crianças abandonadas; enxergava através da dor dos problemas de quem vara madrugadas nas filas de hospitais ou em leitos de oncologia infantil; que meu corpo, e, ao que parece, principalmente o coração, também se tornaram de aço.

Talvez eu tivera a sorte de ser exposto a alguma kryptonita, que, ao invés de me matar, me salvou. Diminuídos os poderes, pude ver e sentir o que antes era impossível.

Percebi que o verdadeiro super-herói, o Superman que o mundo de hoje precisa, não é o dos quadrinhos, dedicado a combater o crime. Isso é trabalho de polícia, promotores e juízes; outro tipo de heróis.

O Superman que o mundo de hoje precisa é o homem normal, dotado unicamente dos super poderes de estar sempre alerta para o próximo, que voa na velocidade do pensamento e usa sua visão de raios-X, para procurar quem precisa de um pneu ou carona na rua, que usa sua visão de calor para dar o cafezinho com pão pra quem se refrigera na madrugada de uma fila, a comida para quem tem fome, o super sopro para dar a palavra amiga ao desesperado, a orientação ao infante, o ânimo ao doente e a certeza de amparo ao abandonado social.

Ao menos essas características são comuns aos Superman´s dos quadrinhos e da visão ideal: eles se doam, às vezes mais do que podem, pelo simples amor à humanidade.

Percebi, afinal, que eu posso ser esse Superman. E o melhor de tudo é que você também pode!

Se bem me recordo, o primeiro deles foi um homem simples, mas de muito amor no coração, que andou pela Terra dando seu exemplo, há uns dois mil anos.




Alan Dias Barros
Natal/RN, em 30 de novembro de 2005.