sexta-feira, 16 de setembro de 2005

SOLIDÃO




Solidão...

Por que muitos se assustam com ela?

Por que fazem dela um bicho de sete cabeças?

Para alguns a solidão é realmente assustadora. Assustadora por não saber conviver bem.

Assustadora por não saber tirar dela o que de bom ela pode oferecer.

Você pode estar se perguntando o que ela pode nos trazer de bom. E eu te respondo: muitas coisas.

Mas vamos por partes...

A solidão não é apenas esse monstro que costumam pintar,ela pode ser aquele minuto de paz que tanto precisamos. Pode ser aquele momento de instrospecção que precisamos para nos conhecermos melhor.

Há quem conviva bem e há quem simplesmente não conceba a idéia de ficar sozinho, nem que seja por um momento.

Eu acredito que a pior solidão é aquela em que estamos cercados de pessoas. Olhamos para cada uma delas e percebemos o quanto continuamos sozinhos.

O que isso estará acrescentando? No meu ponto de vista, nada. Pensamos que, ao estar cercado de pessoas, aquela sensação de vazio irá sumir.

Existem pessoas que não suportam a idéia de ficar só. Quando terminam um relacionamento, engatam em outro por não suportarem a solidão. Costumo chamar relacionamentos assim, de muletas. O típico relacionamento onde um estará se apoiando no outro por pura incapacidade de seguir adiante, sozinho.

Esse é o tipo de solidão que podemos criar por vários motivos, seja por insegurança, carência, falta de amor próprio, sei lá...mas sempre existirão motivos.

A solidão não é má quando fazemos dela algo que irá nos ajudar a crescer como pessoas. Podemos dizer que é uma solidão "saudável".

Sabe quando precisamos de um momento só nosso? Aquele momento de paz, de meditação, de nos colocarmos como os principais personagens da nossa vida. Muitas vezes esquecemos que somos os atores principais da peça chamada Vida e achamos que somos meros coadjuvantes, delegando os papéis importantes para outras pessoas.

Quando decidimos por esta solidão, ela não é dolorida, pois foi algo que buscamos.

Quando decidimos por esse momento só nosso, descobrimos que podemos ter uma companhia maravilhosa - nós mesmos.Com isso aprendemos a nos conhecer melhor e desta forma podemos entender o que se passa também ao nosso redor e, principalmente, aprender que para sermos felizes não precisamos depositá-la nas mãos de ninguém e que podemos nos sentir bem mesmo estando sozinhos.

Às vezes bate sim um aperto no peito, um vazio mas não precisamos sair correndo em busca da "muleta", precisamos apenas descobrir o agente causador.

Como disse anteriormente, muitos são os fatores que causam esse sentimento. Pode ser a falta de um amor, a decepção com alguém, principalmente quando nos dedicamos tanto e recebemos nada em troca.

Só podemos saber o que se passa dentro do nosso coração. Não podemos exigir que tenham os mesmos sentimentos que nós.

Estou aprendendo a duras penas que nem sempre posso esperar do outro aquilo que ofereço,afinal, amor, carinho, amizade, respeito,dedicação não se compra,não se pede, tem que deixar acontecer.

Infelizmente, alguns sabem apenas receber e esquecem que a reciprocidade só fará aumentar a aura de paz, de felicidade que nos cerca. Mas graças a Deus, esses sentimentos não faltam, e se não nos chegam pelo lado que esperamos, vem por outro inesperado.

Não podemos, é claro, nos deixar afundar nela. A solidão não é esse bicho de sete cabeças, precisamos dela e podemos conviver bem.

Mas da nossa vida só nós sabemos. Só quem manda em nossos corações, somos nós mesmos, não é? Então cada um sabe onde o calo dói.

Não vamos nos enterrar na solidão, mas também não precisamos fugir dela, apenas compreendê-la.

Eu convivo bem com a minha, às vezes aperta um pouco, mas busco compreender o que me faz sentir assim.

E você, convive bem com a solidão?

terça-feira, 13 de setembro de 2005

TÊNIS X FRESCOBOL




Um amigo me mostrou este texto e achei muito interessante a metáfora utilizada por Rubem Alves para falar sobre relacionamentos.

Acho que vale a pena dar uma lida e pensar. Como será que estamos levando nossos relacionamentos? O texto não precisa ser apenas direcionado aos casamentos, mas também aos namoros, amizades, enfim, relacionamentos no contexto geral.


Tênis x Frescobol


Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

Rubem Alves




Bom, em matéria de relacionamento, acredito que o frescobol é bem melhor.

domingo, 11 de setembro de 2005

POST COMUNITÁRIO

O post de hoje será comunitário.
Os amigos Claudia, Paula e Illusion estão em campanha para ajudar a nossa amiga Labell.
Vou publicar o texto que me pediram e como muitos costumam utilizar o site dela para colocar midis em seus blogs.Quem sabe podemos ajudar?

Amigos (as)
Estamos em campanha, o site de midis de nossa querida amiga...
Label está passando por dificuldades, a dificuldade para manter, é enorme, pois não se tem retorno, e ela já não dispõe de mais recursos.
Tomamos a liberdade, de pedir a todos os blogueiros e amigos que gostam de midis para nos ajudar, basta uma contribuição, para que o site não seja fechado.
Tenho certeza que nossa comunidade, unida, não vai deixar ela na mão! Se você puder doar, qualquer quantia mensal faça parte do site.
Faça a doação e nos mande um e-mail, você passará a fazer parte do Clube de Midis Labelalluna.
Seu Blog estará em destaque, ou seu nome, como participante.
Desde já agradecemos a todos e contamos com a ajuda de vocês.
Numero da conta: itaú ag 3815 c/c 25440-8

Nosso e_mail: labellaluna@labellaluna.midis.com.br
Nosso site: http://labellalunamidis.com.br

Os Depósitos poderão ser feitos a partir do dia 13


Povo desde já agradecemos,
Kika, Cláudia, Ilusion e Labell